Confraria da Dança - Carta para não Mandar ou Cantiga Interrompida

A inquietude do ser é a matéria prima deste solo de dança. Obra aberta, habita o terreno fértil de pensamento desordenado, fragmentário e lacunar - de quarto desarrumado. Entregue ao inacabado e inacabável, o movimento é impregnado pela tensão de frase incompleta, pelo caos desassossegado do pensamento. Fragmentos que não compõem um verdadeiro todo provocam dúvida e hesitação - o corpo se contradiz; entrega-se intensamente ao desatino, em redemoinho atemporal e prolixo de destroços da memória. A ação discorre sem se completar, como ruídos que sobem da rua - gente passando, fiapos de conversas, passos,crianças brincando... Diálogo íntimo e sigiloso compartilha o momento do encontro de si mesmo com o público, desfruta as sensações do encontro único e fugaz: o instante. realização: Confraria da Dança criação e interpretação: Diane Ichimaru iluminação: Marcelo Rodrigues Apresentação na Virada Cultural 2011, no Teatro Municipal de São Carlos